Enciclopédia Altimagem de Fotografia
(continuação)
Nota: quando os símbolos se encontram ao centro, dois ou mais dos termos seguintes possuem a mesma simbologia.
Nota: quando os símbolos se encontram ao centro, dois ou mais dos termos seguintes possuem a mesma simbologia.
Imagem 1: Capa da revista «Camera», edição de Novembro de 1973. |
CAMPO DE VISÃO –
(field of view) – Em fotografia, o campo de visão – field of view (FOV) – (ou Ângulo de Visão) é a
parte do espaço ambiente que é visível através de uma câmara fotográfica, para uma
determinada posição e orientação no espaço. Motivos ou objectos fora do FOV não
são registados quando é tirada a fotografia. É mais frequentemente conhecido
pelo tamanho angular do cone de visão, designado como ângulo de visão. Para uma
objectiva normal o campo de visão pode ser calculado através da seguinte fórmula: FOV =
2.arco tangente (tamanho do sensor / 2f), onde “f” representa a distância focal (imagem 2). Ver
ÂNGULO DE COBERTURA; Ver ÂNGULO DE VISÃO; Ver DISTÂNCIA FOCAL.
CANAIS DE MINILAB – (minilab channel) – Toda a impressora de minilab possui programas para corrigir desvios de cor e contraste apresentado por cada marca ou tipo de negativo. Este sistema é constituído pelo balanço de cores, e pelos slope under, slope over e slope ultra-over, para ajuste fino de contraste e densidade. Esses canais ainda apresentam a possibilidade de serem calibrados manualmente.
CAPA, ROBERT –
(1913-1954) – De seu nome verdadeiro Endre Ernő Friedmann, foi um fotógrafo e foto-jornalista húngaro. Foi um dos mais célebres fotógrafos de guerra, cobrindo os mais importantes conflitos da primeira metade do Século XX: a Guerra Civil Espanhola, a Segunda Guerra Sino-Japonesa, a Segunda Guerra Mundial na Europa (em Londres, na Itália, a Batalha da Normandia em Omaha Beach, e a libertação de Paris), a Guerra árabe-israelita de 1948 e a Primeira Guerra da Indochina.
Em Junho de 1944 participa no desembarque da Normandia, o “Dia D”. Depois da guerra, com David Seymour, Henri Cartier-Bresson e George Rodger, funda a Agência Magnum (constituída oficialmente em 1947). Nos primeiros tempos, ocupa-se na organização da
estrutura, partindo em seguida para o "terreno".
Robert Capa fotografou a Guerra Civil Espanhola, onde tirou a sua mais famosa foto
("Morte de um Miliciano"), a Guerra Civil Chinesa e a II Guerra Mundial com lentes normais, o que fez com que ele se tornasse um dos mais importantes fotógrafos europeus do Século XX (imagem 3). Ver AGÊNCIA MAGNUM; Ver CARTIER-BRESSON, HENRY; Ver SEYMOUR, DAVID; Ver RODGER, GEORGE.
Imagem 3: "Morte de um miliciano". Foto de Robert Capa (Agência Magnum), em 5 de Setembro de 1936, no início da Guerra Civil de Espanha. |
CAPTURA DIGITAL
– (digital capture) – É o acto de fotografar, onde o filme é substituído por discos ou pela própria
memória do computador. A captura digital pode ser feita através de câmaras ou
scanners, tanto para cópias ou ampliações, como também possibilita a digitalização directa de negativo ou diapositivos (slides) convencionais.
CAPTURAS E ENTRADAS DIGITAIS – (capture and digital input) – A câmara digital transfere a imagem capturada
automaticamente para o computador ou a transmite pela Internet ou por
telefonia. O scanner produz a entrada da imagem, digitalizando a foto, papel ou
filme, transformando-a em pixels.
CARBONATO DE POTÁSSIO – K2CO3 – (potassium carbonate) – Pó branco solúvel que absorve a humidade com rapidez. É um
componente alcalino de vários reveladores universais para fotografia a preto e branco e fotografia a cores. Deve guardar-se em garrafas fechadas hermeticamente.
CARBONATO DE
SÓDIO – Na2CO3 – (sodium carbonate) – Também conhecido por
soda. Bastante solúvel em água, substitui o carbonato de potássio.
Comercialmente apresenta-se sob duas formas: mono-hidratado, em pó, e
deca-hidratado, em forma de cristais. Para efeitos de formulação, 3 partes do
primeiro equivalem a 8 partes do segundo. Utiliza-se como alcalinizante geral,
principalmente na preparação de reveladores e de banhos de viragem para a fotografia a preto e branco e fotografia a cores. Ver AGENTE
ACELERADOR.
CARJAT, ÉTIENNE – (1828-1906) – Fotógrafo, jornalista, escritor, caricaturista e poeta francês conhecido pelos seus retratos fotográficos de escritores, artistas e cómicos da sua época. Iniciou o seu trabalho com a abertura do seu estúdio em Paris. Trabalhava com fundos cinzentos, sem adereços, a fim de se concentrar no que era importante: o rosto do modelo. Apesar da qualidade dos seus retratos, entre os quais o do famoso poeta francês Charles Baudelaire, muito superior ao de Nadar, foi considerado como um fotógrafo de segunda classe, eclipsado pela fama alcançada por Nadar. (imagens 4 e 5 ). Ver NADAR.
Imagem 4: Étienne Carjat |
Imagem 5: Retrato de Charles Baudelaire, da autoria de Étienne Carjat, cópia de carbono, cerca de 1862, British Library, Londres. |
CARL ALEXANDER VON MARTIUS – (1838-1920) – Químico e industrial alemão, pioneiro no fabrico da tintura de anilina. Foi co-fundador, juntamente com Paul Mendelssohn Bartholdy, da empresa Aktien-Gesellschaft für Anilin-Fabrikation (AGFA), uma fábrica alemã de químicos que viria a ser famosa (imagem 6). Ver AGFA–AGFA-Gevaert N.V.; Ver CÂMARAS FOTOGRÁFICAS DA AGFA; Ver BARTHOLDY, PAUL MENDELSSOHN; Ver GEVACOLOR.
Imagem 6: Carl Alexander von Martius |
Imagem 7: Carl Zeiss |
Imagem 8: Logotipo da empresa Carl Zeiss |
Imagem 9: Microscópio Carl Zeiss, de 1879. |
Imagem 10: Objectivas Carl Zeiss Jena números 145077 e 145078, Tessar 1:4,5 F=5,5cm, DRP 142294, produzidas antes de 1910. |
Imagem 11: Câmara Carl Zeiss Ikon com telémetro e objectiva Carl Zeiss Biogon f/2, de 35mm, de 2004. |
Imagem 12: Objectiva Carl Zeiss Milvus 1.4, 50mm, de 2015. |
CARON, GILLES – (1939-1970) – Fotógrafo e foto-jornalista francês. Foi o fundador da Agência Gamma, juntamente com Raymond Depardon, Hubert Henrotte, Jean Monteux e Hugues Vassal, com a qual realizou diversas reportagens em Israel Vietname, Biafra, Checoslováquia e manifestações de Paris em Maio de 1968, entre outras. Foi para o Cambodja em 1970, onde desapareceu a 5 de Abril com dois dos seus colegas, na estrada Pnom Pen-Saigão, controlada pelos Kmers Vermelhos. Ver AGÊNCIA GAMMA; Ver VASSAL, HUGUES; Ver DEPARDON, RAYMOND.
CARRETEL – (reel) – Também conhecido como "espiral", é um cartucho de metal ou plástico com ranhuras em espiral nas quais o rolo
do filme é carregado para processamento manual no chamado tanque de revelação de película a cores ou a preto e branco (imagens 13 e 14). Ver TANQUE DE REVELAÇÃO.
Imagem 13: Carretel de aço inoxidável para película de 35 mm. |
Imagem 14: Peças constituintes de um tanque de revelação. |
CARTÃO CINZA –
(gray card) – Em fotografia é usado em conjunto com um
fotómetro para obter imagens fotográficas consistentes. Um cartão cinza é um
objecto plano com uma cor cinza neutra que reflecte as cores do espectro
luminoso de modo plano. O cartão cinza comercializado pela Kodak apresenta uma
reflectividade de 18%. A reflectividade de 18% é uma média matemática resultante
da reflectividade de 3% para o preto e de 90% para o branco.
Um cartão que
reflecte uma percentagem conhecida da luz que incide sobre ele. Em geral, tem
um lado cinzento que reflecte 18% da luz e um lado branco que reflecte 90% da
luz. Padrão utilizado para aferir a leitura de um o fotómetro, exposímetro ou medidor de flash (flash-meter).
O Cartão cinza
ou Gray Card, é um material que auxilia na correcta medição do balanço de branco
da cena, as câmaras digitais estão programadas para ler cinzas médios. Muitas
vezes, quando o balanço de brancos (WB) é colocado no automático não se terá um balanço de brancos considerado
ideal. Ao usar um cartão cinza a 18% e fazendo a medição da cena através desse
material, conseguimos ter uma leitura correcta de brancos para obter uma fotografia (imagem 15). Ver BALANÇO DE BRANCOS; Ver BALANÇO DE BRANCOS AUTOMÁTICO; Ver TEMPERATURA DE COR; Ver KELVIN; Ver WB.
Imagem 15: Cartões cinza com diversos tamanhos. |
CARTÃO DE
ARMAZENAMENTO – (storage card) – Ver CARTÃO DE MEMÓRIA.
CARTÃO DE MEMÓRIA – (memory card) – Sistema de armazenamento utilizado pela maioria das câmaras digitais. Entre os vários modelos podemos citar: ATA PCMCIA, Smartmedia e Compact Flash, entre outros. As primeiras câmaras utilizavam disquetes, porém com o incremento de resolução nas câmaras, houve a necessidade de desenvolver novos meios de armazenamento. Existem em diversos formatos, capacidades e velocidades de gravação de dados (imagem 16).
CARTÃO DE MEMÓRIA – (memory card) – Sistema de armazenamento utilizado pela maioria das câmaras digitais. Entre os vários modelos podemos citar: ATA PCMCIA, Smartmedia e Compact Flash, entre outros. As primeiras câmaras utilizavam disquetes, porém com o incremento de resolução nas câmaras, houve a necessidade de desenvolver novos meios de armazenamento. Existem em diversos formatos, capacidades e velocidades de gravação de dados (imagem 16).
Imagem 16: Vários tipos de cartões de memória, comparativamente com o tamanho de um fósforo. |
CARTÃO PCMCIA – “Personal Computer Memory Card International Association”, cartão de memória de
espessura e desenho semelhantes ao cartão de crédito. Usado em computadores
portáteis e como acessório integrante de alguns sistemas de imagem digital (imagem 17). Ver PC CARD.
Imagem 17: Exemplo de um cartão PCMCIA |
CARTIER-BRESSON,
HENRI – (1908-2004) – Fotógrafo francês considerado por muitos como o pai do
fotojornalismo e da fotografia em movimento. Em 1931, aos 22 anos,
Cartier-Bresson viajou por África, onde passou um ano como caçador. Porém, uma
doença tropical obrigou-o a regressar a França. Foi neste período, durante uma
viagem a Marselha, que ele descobriu verdadeiramente a fotografia, inspirado
por uma fotografia do húngaro Martin Munkacsi, publicada na revista
Photographies (1931), mostrando três rapazes negros a correr em direção ao mar,
no Congo. Quando a paz se restabeleceu, Cartier-Bresson, em 1947, fundou a
agência fotográfica Magnum juntamente com Bill Vandivert, Robert Capa, George
Rodger e David Seymour "Chim". Começou também o período de
desenvolvimento sofisticado de seu trabalho.
Revistas como a Life,
Vogue e Harper's Bazaar contrataram-no para viajar pelo mundo e registar
imagens únicas. Da Europa aos Estados Unidos, da Índia à China, Bresson dava o
seu ponto de vista especialíssimo.
Tornou-se também
o primeiro fotógrafo da Europa Ocidental a registar a vida na União Soviética de
maneira livre. Fotografou os últimos dias de Gandhi e dos eunucos imperiais chineses,
logo após a Revolução Cultural na China.
Na década de
1950, vários livros com os seus trabalhos foram lançados, sendo o mais importante "Images à la Sauvette", publicado em inglês sob o título "The
Decisive Moment" (1952). Em 1960, uma mega-exposição com quatrocentos
trabalhos deu a volta aos Estados Unidos, numa homenagem ao grande nome da fotografia mundial (imagem 18). Ver AGÊNCIA MAGNUM.
Imagem 18: Henri Cartier-Bresson |
CASA DA
FOTOGRAFIA DE MOSCOVO – (house of Moscow photography) – É um museu
estatal de fotografia localizado em Moscovo, possuindo uma ampla colecção de
obras mestras de fotógrafos russos. Foi criada em 1996 a partir de um projecto
iniciado dois anos antes, por ocasião do primeiro “Mês Internacional da
Fotografia”. A sua concepção como instituição cultural é semelhante à Casa
Europeia da Fotografia, em Paris, com a qual mantém ampla colaboração. Dispõe
de uma biblioteca especializada e desenvolve projectos de investigação e
difusão da fotografia. Desde 2003 que recebe o nome de “Centro de Arte
Multimédia”. Uma das sua actividades didácticas é a Escola de Fotografia e Multimédia
Alexander Rodchenko, fundada em 2006. Ver CASA EUROPEIA DA FOTOGRAFIA; Ver
RODCHENKO, ALEXANDER.
CASA-ESTÚDIO
CARLOS RELVAS – (house studio Carlos Relvas) – Conjunto arquitectónico
oitocentista, da autoria do arquitecto Henrique Carlos Afonso, constituído por
um imóvel e jardim do qual sobressaem algumas espécies exóticas, um lago e um
parque infantil. Hoje é a Casa Museu de Carlos Relvas.
Do acervo aqui
existente destacam-se o arquivo fotográfico, mobiliário e instrumentos
musicais, para além da biblioteca particular de Carlos Relvas que conta com
cerca de quatro mil volumes.
A construção do
edifício, que se destinava a funcionar como estúdio e laboratório de
fotografia, ocorreu entre 1872 e 1875. Alguns anos mais tarde, em 1887, o
imóvel sofreu obras de adaptação a residência o que ocasionou uma grande
transformação no seu interior.
Trata-se de um
edifício de dois pisos de planta longitudinal formado pela articulação de
diversos corpos, com cobertura diferenciada em telhados de duas águas e em
pavilhão.
Na fachada
principal podemos ver os bustos de Nièpce e de Daguerre, os percursores da
fotografia. Em 1981, o edifício foi doado à Câmara Municipal da Golegã que o
transformou na Casa-Estúdio Carlos Relvas. Ver RELVAS, CARLOS.
CASA EUROPEIA DA
FOTOGRAFIA – (european house of photography) – É um centro municipal de exposições de fotografia, fundado em 1996
e situado na Rue de Fourcy, no IV Distrito de Paris, França. Está instalado num
edifício do Século XVIII, pertencente ao município de Paris. Dispõe de uma
biblioteca, de uma videoteca e de um auditório. A colecção deste centro está
dedicada à arte contemporânea, sendo formada por fotografias impressas e
digitais e vídeos ou DVD’s de artistas, assim como uma extensa biblioteca
especializada, chamada «Biblioteca Romeo Martinez», dispondo de cerca de 24.000
livros de fotografia, técnicos e artísticos, e cerca de 1.400 revistas, sendo
uma biblioteca de referência para a investigação fotográfica, tanto na Europa
como nos Estados Unidos. Também é a sede da ARCP - «Atelier de Restauration et
de Conservation des Photographies», a oficina de restauração e conservação de
fotografias da cidade de Paris, criada em 1983 com a finalidade de participar
na melhoria dos arquivos fotográficos dos museus municipais (imagem 19).
Imagem 19: Vista geral da Casa Europeia da Fotografia em Paris. |
(continua)
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