“A vida é filha da puta,
A puta é filha da vida...
Nunca vi tanto filho da puta
Na puta da minha vida.”
(atribuído a Bocage)
“Eu sei que nesta
quadra deveríamos ser bondosos e evitar chamar alguém por filhos da puta e
muito menos a ministros da Opus Dei, banqueiros com capelas privativas
nos logradouros das suas residências, políticos que em nome das
dificuldades do país não dão prendas de Natal à filha, ministras que se
inspiram em Jesus Cristo, presidentes que não faltam às missas e muitas outras
almas caridosas que temos vindo a conhecer melhor nos últimos tempos. Mas
quando ouço num canal de televisão que uma merda de um banco como o BANIF vai
custar ao país mais de 3.000 milhões e ouço na rádio que um jovem morre porque
o Paulo Macedo poupou uns euros para não ter de pagar nada a médicos que ficam
de prevenção nos fins de semana, só me ocorre chamar filhos da puta a esses filhos
da puta.
Artistas como
Vítor Bento venderam-nos a tese de que os pobres andaram a consumir em
excessos, o falecido (que a terra lhe seja leve) António Borges que concebeu a
experiência da desvalorização fiscal a que o país foi sujeito com o apoio do
FMI e do Durão Barroso, o banqueiro do BPI que assegurou que o povo aguentaria
tudo o que lhe foi feito. Eramos um povo de gandulos, gulosos e piegas que
tinham levado o país à ruína.
A solução era
empobrecer, atafulhar as turmas das escolas, sujeitar as crianças a exames a
toda a hora, aumentar o horário de trabalho, deixar os doentes a morrer nas
urgências, castigar tudo e todos numa experiência económica e social
revolucionária que tornaria Portugal no país mais competitivo do mundo. Gente
com ar esquisito como a Maria Luís e o seu amigo dos Transportes, o não sei quê
do Portas e a sua bondosa Cristas vinham reeducar o país á força de cortes,
emigração, miséria e humilhação colectiva.
(...sem comentários...palavras para quê?)
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