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30 dezembro 2015

Filhos da Puta


A vida é filha da puta,
A puta é filha da vida...
Nunca vi tanto filho da puta
Na puta da minha vida.”
(atribuído a Bocage)

Eu sei que nesta quadra deveríamos ser bondosos e evitar chamar alguém por filhos da puta e muito menos a ministros da Opus Dei, banqueiros com capelas privativas  nos logradouros das suas residências, políticos que em nome das dificuldades do país não dão prendas de Natal à filha, ministras que se inspiram em Jesus Cristo, presidentes que não faltam às missas e muitas outras almas caridosas que temos vindo a conhecer melhor nos últimos tempos. Mas quando ouço num canal de televisão que uma merda de um banco como o BANIF vai custar ao país mais de 3.000 milhões e ouço na rádio que um jovem morre porque o Paulo Macedo poupou uns euros para não ter de pagar nada a médicos que ficam de prevenção nos fins de semana, só me ocorre chamar filhos da puta a esses filhos da puta.

Artistas como Vítor Bento venderam-nos a tese de que os pobres andaram a consumir em excessos, o falecido (que a terra lhe seja leve) António Borges que concebeu a experiência da desvalorização fiscal a que o país foi sujeito com o apoio do FMI e do Durão Barroso, o banqueiro do BPI que assegurou que o povo aguentaria tudo o que lhe foi feito. Eramos um povo de gandulos, gulosos e piegas que tinham levado o país à ruína.

A solução era empobrecer, atafulhar as turmas das escolas, sujeitar as crianças a exames a toda a hora, aumentar o horário de trabalho, deixar os doentes a morrer nas urgências, castigar tudo e todos numa experiência económica e social revolucionária que tornaria Portugal no país mais competitivo do mundo. Gente com ar esquisito como a Maria Luís e o seu amigo dos Transportes, o não sei quê do Portas e a sua bondosa Cristas vinham reeducar o país á força de cortes, emigração, miséria e humilhação colectiva.

Continua...

(...sem comentários...palavras para quê?)
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