ye-Ītyōṗṗyā
Fēdēralāwī Dīmōkrāsīyāwī Rīpeblīk
República Democrática Federal da Etiópia
Brasão de Armas |
Bandeira |
Localização:
África, África Oriental, África Subsariana, Corno de África
Origem / Pequeno resumo histórico:
A Etiópia é
considerada uma das áreas mais antigas de ocupação humana do mundo, senão a
maior, de acordo com algumas descobertas científicas. Lucy, descoberta no Vale
de Awash, na região Afar da Etiópia, é considerado o segundo mais antigo, mais
bem preservado e mais completo fóssil adulto Australopithecus. A espécie de
Lucy é chamada de Australopithecus afarensis, que significa 'macaco do sul de
Afar', região da Etiópia onde a descoberta foi feita. É estimado que Lucy tenha
vivido na Etiópia há 3,2 milhões de anos atrás. Houve várias outras descobertas
notáveis de fósseis no país, incluindo o fóssil humano mais velho, Ardi.
No início do Século
XV a Etiópia procurou realizar contactos diplomáticos com reinos europeus pela
primeira vez desde os tempos de Aksumite. Uma carta do Rei Henrique IV de
Inglaterra ao Imperador da Abissínia ainda existe. Em 1428, o Imperador Yeshaq da Etiópia enviou dois emissários para Afonso V de Aragão, que enviou
emissários retornando, porém estes falharam em completar a viagem de retorno.
As primeiras relações contínuas com um país europeu começaram em 1508, com Portugal, sob o Imperador Lebna Dengel, que havia acabado de herdar o trono de seu pai. Na embaixada enviada em 1515 em resposta ao envio a Portugal do embaixador etíope Mateus, seguia Francisco Álvares, que faria um relato, incluindo o testemunho de Pêro da Covilhã.
As primeiras relações contínuas com um país europeu começaram em 1508, com Portugal, sob o Imperador Lebna Dengel, que havia acabado de herdar o trono de seu pai. Na embaixada enviada em 1515 em resposta ao envio a Portugal do embaixador etíope Mateus, seguia Francisco Álvares, que faria um relato, incluindo o testemunho de Pêro da Covilhã.
Isto provou ser
um passo importante, pois quando o Império foi submetido aos ataques do General
Adal e Imame, Ahmad ibn Ibrihim al-Ghazi, Portugal ajudou o Imperador etíope,
enviando-lhe armas e quatrocentos homens, que ajudaram o seu filho Gelawdewos a
derrotar Ahmad e a restabelecer o seu governo. Esta guerra Etíope-Adal foi também
uma das primeiras guerras proxy na região, tornando-se quando o Império Otomano
e Portugal tomaram conta das partes envolventes no conflito.
Em 1624, o Imperador Susenyos converteu-se ao Catolicismo, ano de revolta e agitação civil, resultando em milhares de mortes. Os missionários jesuítas ofenderam a fé ortodoxa dos etíopes locais, e em 25 de Junho de 1632, o filho de Susenyos, o Imperador Fasilides, declarou a religião do Estado sendo novamente a Igreja Ortodoxa Etíope, e expulsou os missionários jesuítas e outros europeus.
Em 1624, o Imperador Susenyos converteu-se ao Catolicismo, ano de revolta e agitação civil, resultando em milhares de mortes. Os missionários jesuítas ofenderam a fé ortodoxa dos etíopes locais, e em 25 de Junho de 1632, o filho de Susenyos, o Imperador Fasilides, declarou a religião do Estado sendo novamente a Igreja Ortodoxa Etíope, e expulsou os missionários jesuítas e outros europeus.
Tudo isto
contribuiu para o isolamento da Etiópia entre 1755 e 1855, período chamado de Zemene
Mesafint ou "Idade dos Príncipes".
Haile Selassie, Imperador da Etiópia entre 1930 e 1974 |
Haile Selassie chegou
ao poder em 1916, após Iyasu V ser deposto, quando foi nomeado Ras e Regente (Inderase)
pela Rainha Zewditu, viúva de Menelik II, de fraca saúde. Após a morte de
Zewditu, Selassie foi coroado Imperador, em 2 de Novembro de 1930.
Tendo nascido de
pais dos três principais grupos étnicos etíopes (Oromo, Amhara e Gurage) e após
ter desempenhado um papel preponderante na formação da Organização da Unidade
Africana, Haile Selassie ficou conhecido como uma figura unitária, tanto da
Etiópia como do Continente Africano.
O reinado de
Selassie chegou ao fim em 1974, quando uma junta militar marxista-lenista, a
chamada Derg, liderada por Mengistu Haile Mariam, o depôs e estabeleceu um
estado uni-partidário.
O regime que se
seguiu sofreu vários golpes, rebeliões, secas em grande escala, e um problema
de refugiados imenso. Em 1977, houve a Guerra de Ogaden, quando a Somália capturou
a região de Ogaden inteira, porém a Etiópia só foi capaz de recapturar Ogaden
após sérios problemas e graças a um afluxo maciço de equipamentos militares soviéticos
e à presença militar de Cuba, da Alemanha Oriental e do Iémen do Sul.
Centenas de
milhares de pessoas foram mortas como resultado do Terror Vermelho, de
deportações forçadas, ou da utilização da fome como uma arma contra o governo
de Mengistu. O Terror Vermelho foi uma resposta a que o governo chamou de
"Terror Branco" - uma cadeia de eventos violentos e mortes
supostamente causados pela oposição. Em 2006, após um longo julgamento,
Mengistu foi considerado culpado por genocídio.
Em 1993, um
referendo foi feito e supervisionado pela missão das Nações Unidas chamada
UNOVER, com sufrágio universal feito na Eritreia e em comunidades eritreias na
diáspora, para saber se os eritreus queriam a independência ou a união com a
Etiópia. Quase 99% da população eritreia votou pela independência, que foi
declarada em 24 de Maio de 1993.
No período após
a queda da monarquia, a Etiópia transformou-se num dos países mais pobres do
globo e sofreu uma série trágica de períodos de fome, na década de 1980,
resultando em milhões de mortos. Lentamente, o país começou a se
recuperar e hoje a economia etíope é uma das que mais crescem em África.
Cultura:
A Etiópia tem
uma cultura predominantemente marcada pelas religiões professadas pelos seus
vários povos (pelo que é designada frequentemente como "Museu dos Povos"). Local onde se cruzaram tendências religiosas judaicas, cristãs (coptas)
e muçulmanas.
A religião é quase sempre o ponto de referência para a produção cultural, da qual se destaca a música que recebeu influências do Egipto e das tribos circundantes - como o uso de sistros e tambores deixa a perceber.
A religião é quase sempre o ponto de referência para a produção cultural, da qual se destaca a música que recebeu influências do Egipto e das tribos circundantes - como o uso de sistros e tambores deixa a perceber.
A música reggae tem
suas fontes a partir da cultura etíope. Quase metade da população etíope é
membro da Igreja Ortodoxa Etíope.
Principais recursos naturais:
Pequenas quantidades de ouro, platina, cobre, potássio, gás
natural e energia hídrica.
Data comemorativa:
Dia nacional - 28 de Maio - Celebra a queda do Regime Derg,
em 1991.
Símbolos nacionais:
Bandeira Nacional;
Brasão de Armas;
Hino
Nacional - "Wodefit Gesgeshi Widd Innat Ityopp'ya";
Insígnia da Força Aérea da Etiópia.
Capital: Língua
oficial:
Adis Abeba Amárico
Moeda oficial: Tipo
de Governo:
Birr Etíope República
Federal parlamentarista
Data de admissão como membro da ONU (Organização das Nações
Unidas):
13 de Novembro de 1945
Organizações / Relações internacionais:
- ONU - Organização das Nações Unidas;
- COI - Comité Olímpico Internacional;
- COMESA - Mercado Comum da África Oriental e Austral;
- Grupo dos 77 - Nações em desenvolvimento;
- ICO - Organização Internacional do Café;
- INTERPOL - Organização Internacional de Polícia Criminal;
- IPU - União Inter-Parlamentar;
- IRENA - Agência Internacional para as Energias Renováveis;
- IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais;
- MIGA - Agência Multilateral de Garantia de Investimentos;
- MNA - Movimento dos Países Não-Alinhados;
- OIM - Organização Internacional para as Migrações;
- OMC - Organização Mundial do Comércio (observador);
- OPCW - Organização para a Proibição de Armas Químicas;
- PCA - Tribunal Permanente de Arbitragem;
- UA - União Africana;
- WCO - Organização Mundial das Alfândegas;
- ANWFZ - Tratado Africano para a Formação de uma Zona Livre de Armas Nucleares;
- BAD - Banco Africano de Desenvolvimento;
- WIPO - Organização Mundial da Propriedade Intelectual.
Património Mundial (UNESCO):
- Igrejas Escavadas na Rocha de Lalibela (1978);
- Parque Nacional do Simien (1978);
- Cidade-fortaleza de Fasil Ghebbi (1979);
- Ruínas de Aksum (1980);
- Vale Inferior do Awash (1980);
- Vale Inferior do Omo (1980);
- Sítio arqueológico de Tiya (1980);
- Cidade Histórica Fortificada de Harar Jugol (2006);
- Paisagem Cultural da Região de Konso (2011).
Património Oral e Imaterial da Humanidade (UNESCO):
Festa de Maskel, comemorativa da descoberta da verdadeira Santa Cruz de
Cristo (2013) - A festa de Maskel
celebra-se em toda a Etiópia no dia 26 de Setembro de cada ano, para comemorar
a exumação da Verdadeira Santa Cruz de Cristo.
As comemorações têm início com a
preparação da Damera, uma fogueira com forma cónica erigida na Praça Maskel de
Adis Abeba. A Damera é formada por um monte de troncos rodeado de hastes e
ramos, enfeitados com erva fresca e margaridas da Abissínia, que simbolizam o
Ano Novo.
Centenas de milhares de pessoas procedentes de diferentes comunidades
ocorrem à Praça, enquanto os sacerdotes, vestidos com ornamentos de cores
vistosas, cantam hinos, recitam orações e executam uma dança rítmica à volta da
fogueira, única no seu género.
A cerimónia chega ao seu ponto mais alto quando
o Patriarca da Igreja Ortodoxa, Tewahedo, acende a fogueira. Os participantes,
independentemente da sua idade, sexo, idioma ou etnia, acreditam que obtêm recompensas
espirituais, graças à sua presença nesta celebração e à bênção recebida com a
Santa Cruz.
Antes da celebração desta festa devem ser resolvidas todas as
querelas pessoais e litígios sociais. Assim, com um espírito de reconciliação,
coesão social e coexistência pacífica, a festividade de Maskel oferece aos etíopes
uma oportunidade para melhorar a sua vida espiritual.
Fonte:
Wikipedia, a enciclopédia livre