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05 novembro 2014

Etiópia

ye-Ītyōṗṗyā Fēdēralāwī Dīmōkrāsīyāwī Rīpeblīk
República Democrática Federal da Etiópia


Brasão de Armas



Bandeira


















Localização:
África, África Oriental, África Subsariana, Corno de África


Origem / Pequeno resumo histórico:
     A Etiópia é considerada uma das áreas mais antigas de ocupação humana do mundo, senão a maior, de acordo com algumas descobertas científicas. Lucy, descoberta no Vale de Awash, na região Afar da Etiópia, é considerado o segundo mais antigo, mais bem preservado e mais completo fóssil adulto Australopithecus. A espécie de Lucy é chamada de Australopithecus afarensis, que significa 'macaco do sul de Afar', região da Etiópia onde a descoberta foi feita. É estimado que Lucy tenha vivido na Etiópia há 3,2 milhões de anos atrás. Houve várias outras descobertas notáveis de fósseis no país, incluindo o fóssil humano mais velho, Ardi.
     No início do Século XV a Etiópia procurou realizar contactos diplomáticos com reinos europeus pela primeira vez desde os tempos de Aksumite. Uma carta do Rei Henrique IV de Inglaterra ao Imperador da Abissínia ainda existe. Em 1428, o Imperador Yeshaq da Etiópia enviou dois emissários para Afonso V de Aragão, que enviou emissários retornando, porém estes falharam em completar a viagem de retorno.
     As primeiras relações contínuas com um país europeu começaram em 1508, com Portugal, sob o Imperador Lebna Dengel, que havia acabado de herdar o trono de seu pai. Na embaixada enviada em 1515 em resposta ao envio a Portugal do embaixador etíope Mateus, seguia Francisco Álvares, que faria um relato, incluindo o testemunho de Pêro da Covilhã.
     Isto provou ser um passo importante, pois quando o Império foi submetido aos ataques do General Adal e Imame, Ahmad ibn Ibrihim al-Ghazi, Portugal ajudou o Imperador etíope, enviando-lhe armas e quatrocentos homens, que ajudaram o seu filho Gelawdewos a derrotar Ahmad e a restabelecer o seu governo. Esta guerra Etíope-Adal foi também uma das primeiras guerras proxy na região, tornando-se quando o Império Otomano e Portugal tomaram conta das partes envolventes no conflito.
     Em 1624, o Imperador Susenyos converteu-se ao Catolicismo, ano de revolta e agitação civil, resultando em milhares de mortes. Os missionários jesuítas ofenderam a fé ortodoxa dos etíopes locais, e em 25 de Junho de 1632, o filho de Susenyos, o Imperador Fasilides, declarou a religião do Estado sendo novamente a Igreja Ortodoxa Etíope, e expulsou os missionários jesuítas e outros europeus.
     Tudo isto contribuiu para o isolamento da Etiópia entre 1755 e 1855, período chamado de Zemene Mesafint ou "Idade dos Príncipes".

Haile Selassie, Imperador da Etiópia entre
1930 e 1974
     Haile Selassie chegou ao poder em 1916, após Iyasu V ser deposto, quando foi nomeado Ras e Regente (Inderase) pela Rainha Zewditu, viúva de Menelik II, de fraca saúde. Após a morte de Zewditu, Selassie foi coroado Imperador, em 2 de Novembro de 1930.
     Tendo nascido de pais dos três principais grupos étnicos etíopes (Oromo, Amhara e Gurage) e após ter desempenhado um papel preponderante na formação da Organização da Unidade Africana, Haile Selassie ficou conhecido como uma figura unitária, tanto da Etiópia como do Continente Africano.
     O reinado de Selassie chegou ao fim em 1974, quando uma junta militar marxista-lenista, a chamada Derg, liderada por Mengistu Haile Mariam, o depôs e estabeleceu um estado uni-partidário.
     O regime que se seguiu sofreu vários golpes, rebeliões, secas em grande escala, e um problema de refugiados imenso. Em 1977, houve a Guerra de Ogaden, quando a Somália capturou a região de Ogaden inteira, porém a Etiópia só foi capaz de recapturar Ogaden após sérios problemas e graças a um afluxo maciço de equipamentos militares soviéticos e à presença militar de Cuba, da Alemanha Oriental e do Iémen do Sul.
     Centenas de milhares de pessoas foram mortas como resultado do Terror Vermelho, de deportações forçadas, ou da utilização da fome como uma arma contra o governo de Mengistu. O Terror Vermelho foi uma resposta a que o governo chamou de "Terror Branco" - uma cadeia de eventos violentos e mortes supostamente causados pela oposição. Em 2006, após um longo julgamento, Mengistu foi considerado culpado por genocídio.
     Em 1993, um referendo foi feito e supervisionado pela missão das Nações Unidas chamada UNOVER, com sufrágio universal feito na Eritreia e em comunidades eritreias na diáspora, para saber se os eritreus queriam a independência ou a união com a Etiópia. Quase 99% da população eritreia votou pela independência, que foi declarada em 24 de Maio de 1993.
     No período após a queda da monarquia, a Etiópia transformou-se num dos países mais pobres do globo e sofreu uma série trágica de períodos de fome, na década de 1980, resultando em milhões de mortos. Lentamente, o país começou a se recuperar e hoje a economia etíope é uma das que mais crescem em África.


Cultura:
     A Etiópia tem uma cultura predominantemente marcada pelas religiões professadas pelos seus vários povos (pelo que é designada frequentemente como "Museu dos Povos"). Local onde se cruzaram tendências religiosas judaicas, cristãs (coptas) e muçulmanas.
     A religião é quase sempre o ponto de referência para a produção cultural, da qual se destaca a música que recebeu influências do Egipto e das tribos circundantes - como o uso de sistros e tambores deixa a perceber.
     A música reggae tem suas fontes a partir da cultura etíope. Quase metade da população etíope é membro da Igreja Ortodoxa Etíope.


Principais recursos naturais:
Pequenas quantidades de ouro, platina, cobre, potássio, gás natural e energia hídrica.


Data comemorativa:
Dia nacional - 28 de Maio - Celebra a queda do Regime Derg, em 1991.

Símbolos nacionais:
Bandeira Nacional;
Brasão de Armas;
Hino Nacional - "Wodefit Gesgeshi Widd Innat Ityopp'ya";
Insígnia da Força Aérea da Etiópia.

Insígnia da Força Aérea da Etiópia


Capital:                                                                                   Língua oficial:
Adis Abeba                                                                            Amárico


Imagens de Adis Abeba, capital da Etiópia

Moeda oficial:                                                                         Tipo de Governo:
Birr Etíope                                                                                República Federal parlamentarista


Data de admissão como membro da ONU (Organização das Nações Unidas):
13 de Novembro de 1945


Organizações / Relações internacionais:

  • ONU - Organização das Nações Unidas;
  • COI - Comité Olímpico Internacional;
  • COMESA - Mercado Comum da África Oriental e Austral;
  • Grupo dos 77 - Nações em desenvolvimento;
  • ICO - Organização Internacional do Café;
  • INTERPOL - Organização Internacional de Polícia Criminal;
  • IPU - União Inter-Parlamentar;
  • IRENA - Agência Internacional para as Energias Renováveis;
  • IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais;
  • MIGA - Agência Multilateral de Garantia de Investimentos;
  • MNA - Movimento dos Países Não-Alinhados;
  • OIM - Organização Internacional para as Migrações;
  • OMC - Organização Mundial do Comércio (observador);
  • OPCW - Organização para a Proibição de Armas Químicas;
  • PCA - Tribunal Permanente de Arbitragem;
  • UA - União Africana;
  • WCO - Organização Mundial das Alfândegas;
  • ANWFZ - Tratado Africano para a Formação de uma Zona Livre de Armas Nucleares;
  • BAD - Banco Africano de Desenvolvimento;
  • WIPO - Organização Mundial da Propriedade Intelectual.


Património Mundial (UNESCO):

  • Igrejas Escavadas na Rocha de Lalibela (1978);
  • Parque Nacional do Simien (1978);
  • Cidade-fortaleza de Fasil Ghebbi (1979);
  • Ruínas de Aksum (1980);
  • Vale Inferior do Awash (1980);
  • Vale Inferior do Omo (1980);
  • Sítio arqueológico de Tiya (1980);
  • Cidade Histórica Fortificada de Harar Jugol (2006);
  • Paisagem Cultural da Região de Konso (2011).

Igreja escavada na rocha de Lalibela (UNESCO)


Cidade-fortaleza de Fasil Ghebbi (UNESCO)

Património Oral e Imaterial da Humanidade (UNESCO):
Festa de Maskel, comemorativa da descoberta da verdadeira Santa Cruz de Cristo (2013) - A festa de Maskel celebra-se em toda a Etiópia no dia 26 de Setembro de cada ano, para comemorar a exumação da Verdadeira Santa Cruz de Cristo. 
     As comemorações têm início com a preparação da Damera, uma fogueira com forma cónica erigida na Praça Maskel de Adis Abeba. A Damera é formada por um monte de troncos rodeado de hastes e ramos, enfeitados com erva fresca e margaridas da Abissínia, que simbolizam o Ano Novo.
     Centenas de milhares de pessoas procedentes de diferentes comunidades ocorrem à Praça, enquanto os sacerdotes, vestidos com ornamentos de cores vistosas, cantam hinos, recitam orações e executam uma dança rítmica à volta da fogueira, única no seu género. 
     A cerimónia chega ao seu ponto mais alto quando o Patriarca da Igreja Ortodoxa, Tewahedo, acende a fogueira. Os participantes, independentemente da sua idade, sexo, idioma ou etnia, acreditam que obtêm recompensas espirituais, graças à sua presença nesta celebração e à bênção recebida com a Santa Cruz. 
     Antes da celebração desta festa devem ser resolvidas todas as querelas pessoais e litígios sociais. Assim, com um espírito de reconciliação, coesão social e coexistência pacífica, a festividade de Maskel oferece aos etíopes uma oportunidade para melhorar a sua vida espiritual.


Fonte:
Wikipedia, a enciclopédia livre