Eesti Vabariik
República da Estónia
Bandeira |
Brasão de Armas |
Localização:
Europa, Europa Setentrional, Europa de Leste, País do Báltico.
Origem / Pequeno resumo histórico:
Supõe-se que os
primeiros povos que habitaram o actual território da Estónia tenham sido os éstios,
nómadas que viviam em tribos semi-organizadas. No Século XIII a Igreja Católica organizou, por meio do Rei Valdemar
II da Dinamarca, uma cruzada para cristianizar as tribos pagãs do Mar Báltico.
A
luta que se seguiu por quase 20 anos acabou por delimitar o território da Estónia ao norte pela Dinamarca e ao sul por uma divisão entre vários
bispados e a Ordem dos Livónios, uma poderosa ordem cristã que conseguiu
derrotar todas as tribos locais e dominar a maior parte do território.
Em 1248, Tallinn
(Reval) adoptou um governo autónomo baseado na Lei de Lübecke. Anos depois foi aceite na Liga Hanseática, tornando a região importante
comercialmente e assinalando a perda do domínio dinamarquês na região. Mesmo
após diversos tratados com os lituanos e os russos, a Dinamarca não conseguiu
conter o aumento do poderio militar dos vassalos, influenciados pela Vestfália e
outros pela Livónia, até que, em 1343, os estonianos, até então subjugados pelos
vassalos e tidos apenas como servos dos nobres, organizaram a Revolta da Noite
de São Jorge, na qual renunciaram ao cristianismo e lutaram contra a servidão.
A Ordem Teutónica, que comandava a Livónia, acabou com a revolta dois anos
depois e comprou o território à Dinamarca. Assim, iniciava-se o período do
domínio teutónico sobre a Estónia.
Em 1645, após nova derrocada da Dinamarca, os suecos foram o terceiro povo a dominar o
território da Estónia, mas o que mais trouxe benefícios aos estonianos, antes
tidos como apenas servos dos nobres que dominavam a região.
Foi nessa época que
surgiram as primeiras escolas nas vilas estonianas, que eram capazes de
ensinarem o povo a ler alguns ensinamentos religiosos. Foi aberta também, pelo
Rei Gustavus II Adolphus, em Tartu, a primeira universidade na Estónia. Anos
depois, após a Guerra dos 30 anos, mestres alemães vieram à academia de Tallinn
ministrar aulas como nas academias alemãs, aumentando a influência que os
alemães sempre tiveram na Estónia.
Em Fevereiro de 1700 teve lugar a Grande Guerra do Norte, mais uma vez com participação da Dinamarca, Polónia, Rússia
e Saxónia, contra os suecos. Depois de muitas batalhas e reviravoltas, como a batalha
de Poltava, os russos conseguiram derrotar as tropas pessoais do Rei Carlos XII
e conquistar Tallinn, dominando finalmente a Estónia e a Livónia.
Aproveitando a
inevitável queda do Império Russo, e já descontente com algumas medidas do
império, revoltaram-se em conjunto com a Revolução de 1905 e foram fortemente
reprimidos pelo exército russo. Mas esse foi o primeiro passo real para a
independência que seria alcançada após a Revolução de 1917, que daria pela
primeira vez uma terra independente aos estonianos, a República da Estónia.
As
cores da bandeira têm o seguinte significado: o azul representando a fé, a
lealdade e a devoção, bem como os lagos e o céu; o preto simboliza o passado
negro e o sofrimento do povo estoniano; o branco representa as virtudes e a
felicidade do povo, mas também a casca da bétula, a neve e a luz do sol.
Cultura:
Devido às
diversas culturas que se sucederam em ocupações sucessivas, a Estónia
desenvolveu uma cultura de particular tolerância e de respeito pelo
estrangeiro, seja qual for o seu país ou a sua cultura. No país estão presentes
várias minorias: os russos representam 25,7% da população, seguidos pelos ucranianos,
com 2,1% da população; 1,2% da população é bielorrussa e 0,8% finlandesa... A
importância da população russófona vem da ocupação soviética e da
industrialização exagerada de que a Estónia foi alvo na época.
O folclore
popular na Estónia vem de muitos séculos antes das primeiras ocupações no Século
XIII. Os primeiros a influenciar estas tradições foram os finlandeses que, pela sua
proximidade com o norte e com a língua, promoveram uma aproximação cultural.
O
primeiro grande impacto estrangeiro ocorreu quando os católicos chegaram à
Estónia no Século XIII e tentaram suprimir a cultura pagã em virtude da cristã.
O que ocorreu foi a mistura dessas culturas, o que fez ao longo dos anos surgir
a cultura do povo da Estónia.
Arquitectura -
Em todos os anos de domínio dos diversos povos (germânicos, suecos e russos), a
arquitectura da Estónia sofreu diversas influências. O síndrome dessas
influências - a raiva, o medo e a humilhação - deram características interessantes
à arquitectura dos seus monumentos, tornando o Gótico Estoniano único entre as
arquitecturas góticas do norte. Outros estilos são reflectidos de uma
forma suave e calma, entre igrejas medievais, detalhes renascentistas, castelos
barrocos, casas clássicas e vilas em Art Nouveau (Arte Nova).
Como símbolos
arquitectónicos nacionais tem-se a medieval Tallinn, a barroca Narva, a clássica
cidade universitária de Tartu, e Pärnu, uma cidade do litoral com arquitectura
da década de 1920.
Teatro - A
história do teatro na Estónia é centenária. Começou, profissionalmente em 1906 com
o director Karl Menning em Tartu. Semanas depois, em Tallinn, Theodor Altermann
e Paul Pinna começavam o teatro profissional na capital. Após isso outros
grandes nomes do teatro estoniano surgiram como Voldemar Panso, Evald Hermaküla
e Priit Pedajas.
Dentro dessa
curta história o teatro mobilizou muitas pessoas, facto que a tornou bem
acessível para a maioria da população. Existem uma Ópera Nacional, oito Teatros
nacionais, três Teatros municipais e 10 teatros privados, nas cinco grandes
cidades da Estónia, além de inúmeras escolas de teatro amador espalhadas pelo
país.
Edifício da Ópera Nacional, em Tallinn |
Literatura -
Desde o crescimento do sentimento de nação do povo estoniano, no Século XIX,
vários escritores nacionalistas surgiram e escreveram textos memoráveis como o épico
Kalevipoeg (O filho de Kalev) por Friedrich Reinhold Kreutzwald, evidentemente
influenciado pelo Romantismo alemão. Ao lado de Kreutzwald, lutava a poetisa
patriótico-romântica Lydia Koidula. Mas os esforços desse incipiente
nacionalismo foram frustrados pela russificação da Estónia, a partir de 1880.
O primeiro realista
foi Juhan Liiv, autor de Kümme lugu (Dez histórias). A renovação literária
foi realizada por Eduard Vilde, que durante a sua longa vida mudou várias vezes
de estilo, ficando, porém, fiel ao nacionalismo estoniano e ao socialismo
revolucionário. A sua obra principal é o romance Mäeküla piimamees (O leiteiro de
Mäeküla). Vilde foi um dos fundadores do movimento Noor-Eesti (Jovem Estónia),
ao qual pertenceram Anton Hansen Tammsaare, Tõde ja õigus (Verdade e justiça) e Gustav
Suits, Lapse sünd (Nascimento de uma criança), as duas maiores figuras da
literatura na Estónia.
Música - As
primeiras representações de música na Estónia provavelmente surgiram das
tradicionais canções runo-estonianas, derivadas de canções de trabalho e baladas
épicas. Com o estudo dessas canções começaram a surgir diversas manifestações
populares do folclore estoniano por toda a Estónia, mas duramente suprimidas
nos períodos da invasão russa. Durante a década de 1960, a União Soviética encorajou
suas repúblicas a fortalecerem o folclore nacional. Com o apoio surgiram
primeiramente os grupos de coral Värka e Leiko. Em 1967, foi lançado o primeiro
LP com música tradicional estoniana, Eesti rahvalaule ja pillilugusid (Canções
populares e peças instrumentais estonianas).
A Estónia
produziu também alguns compositores clássicos, como Artur Kapp (1878-1952), Lepo
Sumera (1950-2000), Eduard Tubin (1905-1982), Arvo Pärt (1935-) e Veljo Tormis (1930-),
o que deu uma significativa reputação à música clássica na Estónia.
Actualmente, a
música estoniana é representada por alguns grupos de rock e metal, tais como Vanilla
Ninja, Metsatöll e o grupo de música folclórica Laudaukse Kääksutajad, além da
cantora pop Kerli.
Gastronomia - A culinária
da Estónia foi influenciada ao longo dos séculos pelos seus tradicionais e mais
poderosos vizinhos. A Dinamarca, Alemanha, Suécia, Polónia e Rússia chegaram
a governar todo ou parte de seu território, mas a característica principal da
gastronomia local é sua origem camponesa.
Saku, a cerveja da Estónia |
As receitas
estonianas mais exclusivas ainda são preparadas em muitas famílias e servidas
em vários restaurantes ao redor de Tallinn. Entre os pratos tradicionais estão:
Marineeritud angerjas, enguia marinada, servida fria; Keel hernestega, outro
aperitivo servido frio cujo ingrediente principal é língua; Sült, carne de
porco cozida em geleia. A geleia é feita fervendo a carne de porco desossada,
às vezes os pés ou a cabeça. É feita frequentemente em grandes quantidades e
depois armazenada em jarros; Verivorst (morcela), é um enchido (ou embutido)
sem carne, recheado principalmente com sangue coagulado e arroz, de cor escura
característica. É um prato estoniano muito típico do inverno e da noite de
Natal. É servido acompanhado de uma geleia vermelha de frutos silvestres; Mulgikapsad,
chucrute guisado com carne de porco, servido com batatas cozidas; Silgusoust,
espécie de arenque pequeno do mar Báltico com toucinho no creme de
leite; Karask, um bolo semelhante ao pão de cevada; Kali, uma bebida fermentada
ligeiramente alcoólica e adocicada feita de pão preto ou de centeio.
Desporto -
Durante muitos anos, a Estónia cedeu os seus atletas a outros países. Primeiro
à Rússia (1900-1912) e depois à União Soviética (1948-1988), mas quando
participou dos Jogos Olímpicos de Verão sob sua bandeira trouxe 8 medalhas de ouro,
7 de prata e 14 de bronze. Nos jogos de inverno, a Estónia participou de menos
edições (7) mas foi mais eficiente, trazendo mais medalhas de ouro, 4 no total,
contra apenas 1 de prata e 1 de bronze. O maior atleta olímpico da Estónia é o
esquiador Andrus Veerpalu, que possui três medalhas, duas de ouro e uma de prata, conquistadas em Salt Lake City 2002 e Turim 2006.
No ciclismo, o
mais notável é Jaan Kirsipuu, que ganhou várias etapas da Volta da França. No
automobilismo, Marko Asmer tornou-se campeão da Fórmula 3 inglesa em 2007, e
foi o primeiro piloto estoniano a pilotar um Fórmula 1, em testes para a Williams
em 2003.
Tõnis Kasemets representou a Estónia na temporada de 2006 da extinta Champ
Car, tendo um décimo-primeiro lugar no GP de Edmonton como melhor resultado. Kevin
Korjus, actualmente na GP3 Series, e Sten Pentus, hoje na Auto GP, são os
outros representantes estonianos no automobilismo de fórmula. Markko Märtin,
que disputou 86 provas de rali entre 1997 e 2005, é o principal nome do país na
modalidade.
Principais recursos naturais:
Xisto betuminoso (kukersite), calcário, madeira, âmbar,
argila azul e dolomita.
Datas comemorativas:
Dia da Independência - 24 de Fevereiro - Celebra a Declaração de independência, da Rússia, em 1918.
Símbolos nacionais:
Bandeira nacional;
Brasão de Armas;
Hino Nacional - Mu isamaa, mu õnn ja rõõm ("Minha Pátria, Meu
orgulho e alegria");
Insígnia da Força Aérea da Estónia.
Capital: Língua
oficial:
Tallinn Estoniano
Vista parcial de Tallinn, capital da Estónia |
Moeda oficial: Tipo de Governo:
Euro (adesão em 1 de Janeiro de 2011) República parlamentarista
Data de admissão como membro da ONU (Organização das Nações
Unidas):
17 de Setembro de 1991
Data de admissão como membro da UE (União Europeia):
1 de Maio de 2004
Organizações / Relações internacionais:
- ONU - Organização das Nações Unidas;
- UE - União Europeia;
- AG - Grupo Austrália;
- APCE - Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa;
- BERD - Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento;
- COI - Comité Olímpico Internacional;
- GFN - Grupo de Fornecedores Nucleares;
- IHO - Organização Hidrográfica Internacional;
- INTERPOL - Organização Internacional de Polícia Criminal;
- IPU - União Inter-Parlamentar;
- IRENA - Agência Internacional para as Energias Renováveis;
- IRU - União Internacional de Transportes Rodoviários;
- IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais;
- MIGA - Agência Multilateral de Garantia de Investimentos;
- ICO - Organização Internacional do Café;
- NATO / OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte;
- OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (país convidado);
- OIM - Organização Internacional para as Migrações;
- OMC - Organização Mundial do Comércio;
- OPCW - Organização para a Proibição de Armas Químicas;
- OSCE - Organização para a Segurança e Cooperação na Europa;
- PCA - Tribunal Permanente de Arbitragem;
- PSIWMD - Iniciativa de Segurança contra a Proliferação de Armas de Destruição Maciça;
- TEDH - Tribunal Europeu dos Direitos Humanos;
- TPI - Tribunal Penal Internacional;
- UIC - União Internacional dos Caminhos-de-Ferro;
- UPM - União para o Mediterrâneo;
- UIHJ - União Internacional dos Oficiais de Justiça;
- UME - União Monetária Europeia;
- WCO - Organização Mundial das Alfândegas;
- RAMSAR - Convenção sobre as Zonas Húmidas de Importância Internacional;
- UNIDROIT - Instituto Internacional para a Unificação do Direito Privado;
- WIPO - Organização Mundial da Propriedade Intelectual.
Património Mundial (UNESCO):
- Centro Histórico de Tallinn (1997);
- Arco Geodésico de Struve (2005) (sítio internacional partilhado com mais 9 países).
Património Oral e Imaterial da Humanidade (UNESCO):
- Celebrações dos cantos e danças do Báltico (2008) (partilhado com a Letónia e a Lituânia) - Esta expressão cultural que é a custódia e ilustração da tradição das artes do espectáculo populares na região, atingiu o seu apogeu nos grandes festivais que se realizam a cada cinco anos na Estónia e Letónia, e quatro na Lituânia. Estes grandes eventos durar vários dias e reunir até 40.000 cantores e dançarinos. A maioria deles pertence a corais e grupos de dança de fãs. O seu repertório reflecte a variedade de tradições musicais da Estónia, Letónia e Lituânia, desde as primeiras canções folclóricas a composições contemporâneas.
- Espaço cultural de Kihnu (2008) - Kihnu e Manija, duas pequenas ilhas no Mar Báltico situadas ao largo da costa da Estónia, alberga uma comunidade de 600 pessoas cujas expressões culturais e tradicionais agrícolas têm permanecido vivas através dos séculos, em grande parte graças às mulheres. Desde os primeiros dias de seu assentamento nas ilhas, os homens da comunidade Kihnu saem para o mar para pescar e caçar focas, enquanto as mulheres permanecem em terra para cultivar os campos e realizar as tarefas domésticas.
- O Leelo, canto polifónico tradicional da aldeia de Seto (2009) - Para os habitantes da aldeia de Seto, no sudeste da Estónia, Distrito de Petchory (Federação Russa), o Leelo, antigo canto polifónico, é hoje um dos pilares da sua identidade. Os cantores interpretam as suas melodias ancestrais vestidos com os seus trajes tradicionais. Esta canção é caracterizada pela alternância de vozes: um cantor principal canta um verso e o coro continua a cantar as últimas sílabas do refrão, para depois cantar todo o versículo.
Fonte:
Wikipedia, a enciclopédia livre
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