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17 maio 2014

Fiat G-91 (quarta parte)

Ver  Fiat G-91 (primeira parte)

(continuação)

Imagem 10 -  © Carlos Pedro - "Linha da frente", Fiat's, Base Aérea Nº 6, Montijo, 1991


Percurso em Portugal (continuação):


     Os Fiat G-91 R/4 chegaram a Moçambique em fins de 1968. Montados na Base aérea Nº 10 (BA10), Beira, foram colocados no Aeródromo-Base N° 5 (AB5), Nacala (imagem 11), onde, em Janeiro de 1969, constituíram a Esquadra 502Jaguares” (ver imagem 12).


Imagem 11: Cortesia de http://digitalhangar.blogspot.pt/




Imagem 12 - Emblema da
Esquadra 502, AB5, Nacala
Imagem 13 - Emblema da
Esquadra 702, AB7, Tete


















     Em Setembro de 1970 foi criada no Aeródromo-Base Nº 7 (AB7), Tete, a Esquadra 702 Escorpiões” (ver imagem 13), também equipada com Fiat G-91 R/4.

Imagem 14: Cortesia de http://digitalhangar.blogspot.pt/


     As Esquadras 502 e 702 mantinham destacamentos permanentes em Porto Amélia, Mueda (Aeródromo de Manobra 51) e Nampula, além de destacamentos ocasionais em Nova Freixo (Aeródromo-Base Nº 6AB6), Vila Cabral (Aeródromo de Manobra Nº 61AM61) e Beira (Base Aérea Nº 10BA10). Desempenharam as mesmas missões que os G-91 da Guiné e, tal como estes, defrontaram-se com o armamento pesado do inimigo. Os mísseis Strella, de um modelo mais moderno e mais díficil de detectar, fizeram a sua aparição no Planalto de Mueda em 1973. Felizmente, nunca conseguiram atingir qualquer aeronave Fiat.
     Em Outubro de 1974 os Fiat G-91 do AB5, Nacala, foram desmontados e embarcados para a Metrópole, enquanto que os do AB7, Tete, foram transferidos para Nacala, onde foram desmontados e enviados para Angola. Estes aviões instalaram-se na Base Aérea Nº 9 (BA9), Luanda, ocupando as infraestruturas da Esquadra 93, dos F-84G Thunderjet, abatidos ao efectivo em 1972.
     Em Angola efectuaram missões de reconhecimento, acompanhando a transferência de poderes, com excepção de uma única acção de apoio de fogo em Cabinda.

     Consumada a independência das ex-colónias, todos os Fiat G-91 sobreviventes regressaram a Portugal. Foram os únicos Fiat G-91 do mundo a actuar em teatro de guerra real.
     Passado o tempo das indefinições provocadas pela Revolução do 25 de Abril de 1974, a FAP procedeu à indispensável reorganização do dispositivo.
     Desta forma, em Agosto de 1974 os Fiat G-91 R/4 foram reunidos na Base Aérea Nº 6 (BA6), Montijo, onde foi criada a Esquadra 62, que retomou o símbolo dos Fiat de Nacala, os “Jaguares”.

Imagem 15 -  © Carlos Pedro - BA6: Fiat participante no
International Air Tattoo de 1991 (ver imagem 16)


Imagem 16: Cortesia de  http://digitalhangar.blogspot.pt/

     No dia 23 de Março de 1976 chegaram a Portugal cinco Fiat G-91 T/3, a versão bi-lugar de treino. Este lote era de seis aviões, mas um acidentou-se à descolagem, após uma escala na Base de Getafe, em Espanha, quando efectuava o voo para Portugal. O fornecimento de Fiat G-91 T/3 prolongou-se até 1982. O Governo Alemão forneceu a Portugal um total de 26 G-91 T/3, dos quais só 11 se tornaram operacionais. Foram colocados na Esquadra 62.
     A correspondência entre as matrículas da FAP e os números de construtor dos Fiat G-91 T/3 que se tornaram operacionais foi a seguinte: 1801 (91-2-0003), 1802 (91-2-0006), 1803 (91-2-0009), 1804 (91-2-0017), 1805 (91-2-0019), 1806 (91-2-0025), 1807 (91-2-0031), 1808 (91-2-0040), 1809 (91-2-0042), 1810 (91-2-0042) e 1811 (91-2-613), tendo este último entrado ao serviço em 1986.

     No dia 13 de Junho de 1976 foram oficialmente recebidos na Base Aérea Nº 11 (BA11), Beja, 70 aviões Fiat G-91 R/3. Destes, só 34 se tornaram operacionais, cuja relação entre as matrículas da FAP e os números de construtor era a seguinte: 5441 (91-1-0065), 5442 (91-1-0077), 5443 (91-1-0080), 5444 (91-1-0089), 5445 (91-1-0091), 5446 (91-370), 5447 (91-386), 5448 (91-402), 5449 (91-404), 5450 (91-428), 5451 (91-433), 5452 (91-469), 5453 (91-520), 5454 (91-532), 5455 (91-440), 5456 (91-449), 5457 (91-464), 5458 (91-477), 5459 (91-551), 5460 (91-582), 5461 (91-1-0097), 5462 (91-301), 5463 (91-384), 5464 (91-391), 5465 (91-450), 5466 (91-533), 5467 (91-517), 5468 (91-393), 5469 (91-307), 5470 (91-339), 5471 (91-530), 5472 (91-559), 5473 (91-577) e 5474 (91-544).

Imagem 17 - Emblema da
Esquadra 301, BA6, Montijo.

     A reorganização levada a efeito em 1978 alterou a designação de Esquadra 62 para Esquadra de Ataque 301, tendo como missões primárias o apoio aéreo táctico, interdição do campo de batalha e reconhecimento. Tinha como missões secundárias, o apoio aéreo a operações navais e a luta aérea defensiva.
     Participaram em inúmeros exercícios nacionais e NATO, Squadron Exchange e Tiger Meet, conquistando o Troféu de Bombardeamento Rasante no NATO Tiger Meet (NTM) de 1978 e o Troféu Silver Tiger em 1980 e 1985, em competição com aviões da última geração.
     Alguns Fiat G-91 R/3 foram pintados especialmente de “Tigres” para participarem nos NTM, o último dos quais, o Fiat G-91 R/3 número 5454, presente no NTM92 em Albacete, Espanha, é hoje património do Museu do Ar.

     Em Agosto de 1980 a Esquadra 301 da BA6 iniciou um destacamento permanente na Base Aérea Nº 4 (BA4), Lajes, Arquipélago dos Açores, com oito aviões e seis pilotos. Este destacamento esteve na origem da criação da Esquadra de Ataque 303 da BA4, inaugurada em 13 de Janeiro de 1981. Recuperou o símbolo da antiga esquadra dos Fiat G-91 da Guiné, com o nome de “Tigres” e tendo por lema “Em quaisquer outras guerras que aconteçam” (ver imagens 18 e 19).

Imagem 18: Cortesia de http://digitalhangar.blogspot.pt/


     A Esquadra de Ataque 303 era, inicialmente, constituída com 14 aviões Fiat G-91 R/4, (números 5401, 5410, 5414, 5415, 5417, 5421, 5427, 5428, 5432, 5435, 5436, 5438, 5439 e 5440). Em 1982 foi reforçada com mais seis G-91 R/4 (5418, 5420, 5422, 5425, 5431 e 5434) e dois G-91 T/3 (1809 e 1810).

 
Imagem 19 - Emblema da
Esquadra de Ataque 303,
BA4, Lajes, Açores

     A missão da Esquadra de Ataque 303 tinha em vista a defesa e patrulhamento da Zona Económica Exclusiva (ZEE), num meio marítimo para o qual os Fiat G-91 não estavam preparados. Para além disto, a sua acção era muito limitada pelo curto raio de acção e sistema de navegação inadequado para operar numa região onde as condições meteorológicas mudam frequentemente, dispondo de um único alternante seguro, o Aeroporto de Santa Maria, distante 270 Km das Lajes.


     A Esquadra 303 foi desactivada em 13 de Janeiro de 1990, tendo os aviões regressado à Esquadra de Ataque 301, na BA6, Montijo.





(continua)


Fontes (quarta parte):
  • Imagens 10 e 15: © Carlos PedroBlog Altimagem;
  • Imagens 11, 14, 16 e 18: Cortesia de  Paulo Alegria - Blog Digital Hangar;
  • Imagens 12, 13 e 19: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000;
  • Imagem 17: Cortesia de EMFA – Estado-Maior da Força Aérea -  www.emfa.pt;
  • Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.

1 comentário:

Correia da Silva disse...

Caros Camaradas da FAP:
Solicito me informem, identidade dos pilotos que operavam parelha de Fiat G91, em missão de combate e apoio às NT, em Novembro1974, Massabi/Cabi nda/Angola.
Um Alfa Bravo
Fur.Mil. 2ª. 4913/73

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