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AVRO ANSON Mk I
Quantidade:
10
Utilizadores:
Aeronáutica Militar e Força Aérea
Entrada
ao serviço: 1947
Data de abate: 1956
Dados técnicos:
a. Tipo de Aeronave
Avião
bimotor terrestre, de trem de aterragem
convencional retráctil por meio de
movimentação manual de uma manivela instalada na cabina de pilotagem, de asa
baixa, totalmente revestido a tela, com excepção das coberturas dos motores,
cabina integrada na fuselagem, concebido para
missões de reconhecimento aéreo. Tripulação mínima: 1 (piloto).
b. Construtor
A.V.
Roe & Co. Ltd. / Grã-Bretanha.
Sob
licença: Federal Aircraft Ltd. / USA;
Desconhecido / Canadá.
c. Motopropulsor
Motores:
2 motores Armstrong-Siddeley Cheetah IX, de 9 cilindros radiais arrefecidos por ar, de 350 hp cada.
Hélices:
metálicos, de duas pás, de passo fixo.
d. Dimensões
Envergadura
…………...........17,18 m
Comprimento…..…………....12,84
m
Altura………….…………...…....3,98
m
Área
alar ……….…….............38,09 m²
e. Pesos
Peso
vazio……………...…….2.430 kg
Peso
máximo………………..4.650 kg
f. Performances
Velocidade
máxima ……..….….300 Km/h
Velocidade
de cruzeiro …….......180 Km/h
Tecto
de serviço ……………...5.200 m
Raio
de acção………………....1.260 Km
g. Armamento
Defensivo:
Uma metralhadora ligeira instalada na torre dorsal.
Ofensivo:
Podia ser adaptado para transportar duas
bombas de
100 lbs na secção central da fuselagem e oito bombas de 20
lbs nas asas.
h. Capacidade de transporte
5
passageiros ou tripulantes.
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Resumo histórico:
A fábrica britânica A.V. Roe & Co. Ltd.
iniciou o projecto do Anson em 1933 com o objectivo de construir um bimotor
ligeiro para missões de reconhecimento aéreo. Tomou como base de partida o Avro
652, um avião de transporte civil.
Os Avro Anson Mk I entraram ao serviço da Royal
Air Force (RAF) em 1935. Foram dos primeiros aviões de asa baixa a entrar em
operações militares.
Com início da II Guerra Mundial, em 1939, a
indústria aeronáutica teve um desenvolvimento tão rápido, que depressa os Anson
estavam obsoletos, sendo relegados para missões menos expostas a confrontações
com a Luftwaffe. Foram então usados no treino de tripulações e em missões de
transporte.
O Comando Costeiro da RAF utilizou-os em missões
de reconhecimento e vigilância costeira desde 1936 até 1942, altura em que
foram definitivamente substituídos por aviões mais modernos.
Apesar das suas modestas capacidades
operacionais, era um avião muito seguro, que cumpria as missões com eficiência,
o que justifica o número de exemplares construídos na Grã-Bretanha e no Canadá:
11.020 unidades!
A Força Aérea do Exército dos Estados Unidos
(USAAF) utilizou cerca de 2.000 Anson construídos nos Estados Unidos pela
Federal Aircraft Ltd., equipados com motores Jacobs L6BM, de 330 hp, que
denominou de Anson AT-20.
A RAF dispôs de 8.138 Avro Anson Mk I e Mk II,
alguns dos quais ainda se mantinham activos vinte anos depois. Foi um avião que
conquistou o afecto dos pilotos, particularmente no Comando Costeiro, que o
baptizaram de “Faithfull Annie” (Fiel Aninhas).
Os principais utilizadores do Avro Anson foram as
Forças Armadas da África do Sul, Arábia Saudita, Austrália, Bélgica, Canadá,
Estados Unidos, Grã-Bretanha, Holanda, Irão, Israel, Noruega e Portugal.
Percurso em Portugal:
a. Aeronáutica
Militar
A Aeronáutica Militar (AM)
recebeu dez Avro Anson Mk I em 1947, com os números de série da RAF NK 182, NK
347, NK 444, NK 483, NK 484, MG 690, MG 692, MG 696 e MG 221, aos quais
atribuiu a numeração 213 a 222, respectivamente. Não vinham equipados com torre
dorsal de tiro.
Foram distribuídos pela Base
Aérea N° 1 (BA1, Sintra), BA2 (Ota), BA3 (Tancos), BA4 (Lajes, Açores) e pelo
Aeródromo Militar da Portela (Lisboa), onde foram colocados em maior
quantidade, formando a Esquadrilha de Ligação e Transporte.
Em 1949, com a criação do
Centro de Instrução Aeronáutica de Lourenço Marques (Moçambique), dependente da
AM, foram para ali transferidos dois Avro Anson da BA1, em muito mau estado de
conservação. Receberam a numeração local de 20 e 21. Este Centro foi encerrado
em 1955 e os dois Anson abatidos sem regressarem à metrópole.
Para além das missões de
ligação, a actuação de maior relevo dos Avro Anson em Portugal, foi a de
instrução de navegadores e radio-telegrafistas, na BA1.
Estavam inteiramente pintados
em alumínio e apresentavam a insígnia da Cruz de Cristo, sobre círculo branco,
em ambos os lados das asas. Os algarismos de matrícula, pintados a preto, encontravam-se
em ambos os lados da fuselagem, junto da cauda. As cores nacionais, sem escudo,
estavam presentes num rectângulo no leme de direcção.
b. Força
Aérea
Quando os Anson foram
entregues à Força Aérea Portuguesa (FAP), em 1952, receberam nova numeração de
quatro algarismos, desde 2213 a 2222. Embora a numeração englobasse os dez
aviões recebidos inicialmente, na realidade dois encontravam-se em Moçambique e
somente cinco foram recebidos em condições de voo.
A FAP continuou a
atribuir-lhes como missão principal a instrução de radio-telegrafistas,
mantendo-os activos na BA1, pelo menos até 1955.
Conservaram a pintura em
alumínio e passaram a ostentar a Cruz de Cristo, sobre círculo branco, no
extra-dorso da asa esquerda, no intradorso da asa direita e nos lados da
fuselagem. As cores nacionais, sem escudo, foram colocadas dentro de um
rectângulo nos lados do estabilizador vertical. Os números de matrícula, a
preto, foram colocados em ambos os lados das asas, alternando com as insígnias
e também no estabilizador vertical, sobre os rectângulos com as cores
nacionais.
Foram retirados do serviço em
1956.
Fontes:
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo
Histórico da Força Aérea;
Imagem 2: Cortesia de Richard Ferriere - 3 vues;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no
Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.
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