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19 outubro 2012

Hawker Osprey Mk III


Imagem 1

HAWKER OSPREY Mk III

Quantidade: 8
Utilizador: Aviação Naval
Entrada ao serviço: Maio de 1935
Data de abate: 1941

Dados técnicos:

a.      Tipo de Aeronave

                Hidroavião monomotor, de flutuadores, ou avião terrestre de trem de aterragem convencional fixo, com patim de cauda, biplano, revestido a tela, com a parte anterior da fuselagem revestida a metal, bilugar de cabina descoberta, destinado a missões de caça e reconhecimento. Tripulação: 2 (piloto e observador).

b.      Construtor

        Hawker Aircraft Ltd. / Grã-Bretanha.

c.       Motopropulsor

        Motor: 1 motor Rolls-Royce Kestrell II MS, de 12 cilindros em V, arrefecido por líquido, de 630 hp.
        Hélice: Metálico (versões Mk III e IV) de duas pás, de passo fixo.

d.      Dimensões

        Envergadura …………. ..11,27 m
        Comprimento …..….……..8,94 m
        Altura………….…...….……4,06 m
        Área alar ……….……..….32,02 m²

e.      Pesos

        Peso vazio……………..…….. ..1.703 kg
        Peso máximo……………...……2.412 kg

f.        Performances

        Velocidade máxima …………..280 Km/h
        Velocidade de cruzeiro …….…255 Km/h
        Tecto de serviço ……….….…7.160 m
        Raio de acção …………….….1.930 Km

g.      Armamento

        Defensivo: Uma metralhadora Lewis de 7,7 mm, móvel, accionada pelo observador.
        Ofensivo: Duas metralhadoras Vickers de 7,7 mm, fixas, colocadas lateralmente na parte posterior da fuselagem sincronizadas com o hélice e accionadas pelo piloto.

h.      Capacidade de transporte

        Nenhuma.


Imagem 2


Resumo histórico:
     O Hawker Osprey era, tal como o Hawker Fury e o Hawker Hind, um derivado do bombardeiro Hawker Hart, da Royal Air Force (RAF), adaptado para as necessidades da Fleet Air Arm, antecessora da componente aérea da Royal Navy, para operar embarcado em navios de guerra. Para isso, foram-lhe instalados flutuadores, ainda que alguns destes aviões servissem como aviões terrestres, com trem de aterragem convencional.
     O primeiro protótipo voou em 1930, seguindo-se a produção de 37 Osprey Mk I, 14 Mk II, 52 Mk III e 26 Mk IV. A maior parte dos Hawker Osprey Mk II foram transformados em Osprey Mk III, com hélices metálicos e outros aperfeiçoamentos. Um pequeno número de Osprey Mk III genuínos (não transformados), foram construídos em aço inoxidável, dos quais um esteve presente no Salão de Paris de 1932.
     Os Hawker Osprey entraram ao serviço da Marinha Britânica em 1932, que assim passou a dispor de uma nova categoria de aviões: os caças de reconhecimento.
     A experiência da utilização de um único flutuador, sob a fuselagem, não alcançou os efeitos desejados, sendo o projecto abandonado e mantendo-se a utilização de dois flutuadores. Grande parte dos Hawker Osprey correram mundo, transportados em navios de guerra, dos quais eram catapultados ou colocados no mar e, depois dos voos, recolhidos para bordo por gruas.
     A Marinha Britânica manteve os Osprey ao serviço até 1939. Cerca de 60 Hawker Osprey combateram na Guerra Civil de Espanha, entre 1936 e 1939.


Percurso em Portugal:
     Quando, nos primeiros anos da década de trinta, a Marinha de Guerra Portuguesa renovou a frota, adquiriu vários navios de guerra construídos em estaleiros britânicos, entre os quais os avisos de 1ª classe «Afonso de Albuquerque» e «Bartolomeu Dias», equipados com hidroaviões de combate e reconhecimento Hawker Osprey, que eram arriados e içados dos navios através de gruas.
     Assim, foram encomendados dois Hawker Osprey Mk III em 1934. O primeiro foi recebido em Maio de 1935, fazendo parte do equipamento do navio «Afonso de Albuquerque» e o segundo em 1936, juntamente com o navio «Bartolomeu Dias». Receberam, respectivamente, os números 71 e 72.
     A guerra sino-japonesa levantou a necessidade da reactivação do Centro de Aviação Naval (CAN) de Macau que, em Maio de 1938, foi equipado com os dois Hawker Osprey mencionados acima e mais quatro adquiridos pelo Ministério das Colónias. Todos estes aviões - incluindo os ex-embarcados - receberam numeração própria do CAN de Macau, de 1 a 6.
     No início de 1940, por acção directa do Comandante do CAN de Macau, foram adquiridos à Fleet Air Arm dois hidroaviões iguais, aumentando o efectivo para oito unidades. Tudo leva a crer que receberam os números 7 e 8 daquele CAN.

     Os Hawker Osprey da Aviação Naval (A.N.) estavam inteiramente pintados em alumínio, com base dos flutuadores a preto. A insígnia da Cruz de Cristo, sobre círculo branco, estava colocada no extra-dorso das asas superiores e no intradorso das asas inferiores. As cores nacionais, com o escudo, cobriam todo o leme de direcção. Os números de matrícula estavam pintados em grandes algarismos pretos nos painéis laterais dos motores e ainda na cauda, sob os estabilizadores horizontais, embora em algarismos de pequenas dimensões.
     Quando ao serviço do CAN de Macau, apresentavam nos lados da fuselagem, imediatamente atrás do bordo de fuga das asas, a Cruz de Cristo sobre um quadrado branco. No leme de direcção, as cores nacionais não tinham o escudo sobreposto. Estas singularidades fugiam às normas adoptadas na época pela A.N.
     Os Hawker Osprey foram retirados de serviço em 1941, provavelmente sem terem regressado à metrópole. Há quem refira que esses aviões foram destruídos pela aviação americana em 1941, num ataque que fizeram a Macau, julgando que o território estivesse ocupado pelos japoneses.


Fontes:
Imagem 1: FAP / AHFA - Força Aérea Portuguesa / Arquivo Histórico da Força Aérea;
Imagem 2: Cortesia de rcgroups.com - davidterrell80;
Texto: "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.

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